15.11.09

Líderes devem agir como verdadeiros maestros


Uma empresa que não possui uma boa gestão tem chances de ficar estagnada, sem um desenvolvimento que possa lhe trazer evolução e novos ganhos. Isso é decorrente da competitividade em que o mercado atual se encontra, obrigando cada corporação a oferecer um diferencial. E esta busca vai ser definida, principalmente, através dos líderes e da boa gestão com o grupo em procurar projetos inovadores e resultados surpreendentes.

O palestrante e coach estratégico Alexander Baer compara que os líderes nas empresas devem se postar como regentes de uma orquestra. “Para que uma orquestra faça uma boa apresentação, atendendo as expectativas da platéia, é preciso que o maestro e os músicos estejam preparados, motivados e em sintonia. Nas empresas, a relação entre os líderes e os funcionários/colaboradores também deve ser assim. Dessa forma, é possível realizar um trabalho realmente diferenciado, que evidencie a organização no mercado”.

Alexandre lembra que essa postura já é pensada a mais de dez anos. "Em 1998, Peter Drucker, um dos maiores gurus da Administração, já dizia que no século 21 as empresas seriam como orquestras". Alexander Baer afirma ainda que o ‘líder maestro’ é uma característica muito importante do meio empresarial. “Esse perfil refere-se à liderança responsável por cuidar de competências, habilidades e atitudes no comando e gestão de pessoas, que pode ajudar os empreendedores a mensurar sua efetividade no exercício desta liderança” afirma.

César Souza, um dos maiores experts brasileiros em desenvolvimento de líderes e presidente da Empreenda (empresa de consultoria em Estratégia, Marketing e Recursos Humanos), acredita que o papel do líder está em motivar a equipe em todos os momentos. “A principal arma para motivar uma equipe é oferecer uma causa, uma bandeira para as pessoas sentirem que fazem parte de algo relevante, enobrecedor, que dê significado as suas vidas. Algo que transcenda o dia a dia, as metas, o resultado, que transcende o ‘job description’. As pessoas querem algo maior que bater metas, querem algo para sentir orgulho”, explica.

César Souza fala, ainda, que é essencial o líder construir com sua equipe uma ‘causa’, em vez de apenas ficar cobrando metas. O consultor ressalta as principais virtudes dos bons lideres. “As principais características dos líderes são perseverança, determinação, iniciativa, proatividade, criatividade, capacidade de articular parcerias, inspirar valores, foco, generosidade e saber dar reconhecimento e celebrar vitorias da equipe.

Assim, em todos os momentos, as empresas que tenham ‘líderes maestros’, têm verdadeiras oportunidades de criarem e mostrarem seus diferenciais no mercado para encantamento do cliente/platéia.

14.11.09

VERDADES A-B-S-O-L-U-T-A-S SOBRE A VIDA.


1- GUIA PRÁTICO DA CIÊNCIA MODERNA:

  • 1. Se mexer, pertence à Biologia.
  • 2. Se feder, pertence à Química.
  • 3. Se não funciona, pertence à Física.
  • 4. Se ninguém entende, é Matemática.
  • 5. Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
  • 6. Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido, é INFORMÁTICA.

2- LEI DA PROCURA INDIRETA:

  • 1. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra.
  • 2. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

3- LEI DA TELEFONIA:

  • 1. Quando te ligam: se você tem caneta, não tem papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga.
  • 2. Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
  • Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.

4- LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA:

  • Se estiver escrito 'Tamanho Único', é porque não serve em ninguém, muito menos em você...

5- LEI DA GRAVIDADE:

  • Se você consegue manter a cabeça enquanto à sua volta todos estão perdendo, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação.

6- LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS:

  • 80% da prova final será baseada na única aula a que você não compareceu, baseada no único livro que você não leu.

7- LEI DA QUEDA LIVRE:

  • 1. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
  • 2. A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.

8- LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS:

  • A fila do lado sempre anda mais rápido.
  • Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.

9- LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA:

  • Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

10- LEI DO ESPARADRAPO:

  • Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.

11- LEI DA VIDA:

  • 1. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
  • 2. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.

12- LEI DA ATRAÇÃO DE PARTÍCULAS:

  • Toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.

COISAS QUE NATURALMENTE SE ATRAEM:

  • Mãos e seios
  • Olhos e bunda
  • Nariz e dedo
  • Pobre e funk
  • Mulher e vitrines
  • Homem e cerveja
  • Queijo e goiabada
  • Chifre e dupla sertaneja
  • Carro de bêbado e poste
  • Tampa de caneta e orelha
  • Moeda e carteira de pobre
  • Tornozelo e pedal de bicicleta
  • Jato de mijo e tampa de vaso
  • Leite fervendo e fogão limpinho
  • Político e dinheiro público
  • Dedinho do pé e ponta de móveis
  • Camisa branca e molho de tomate
  • Tampa de creme dental e ralo de pia
  • Café preto e toalha branca na mesa
  • Dezembro na Globo e Roberto Carlos
  • Show do KLB e controle remoto (Para mudar de canal)
  • Chuva e carro trancado com a chave dentro
  • Dor de barriga e final de rolo de papel higiênico
  • Bebedeira e mulher feia
  • Sono e mosquito
  • Mau humor e segunda-feira!
  • Bom humor e a SEXTA - FEIRA!!!

13.10.09

TEOTÔNIO VILELA: ONTEM E HOJE
Sara Teles
Jornal A NOTICIA

Em 1978 havia apenas alguns pequenos sítios de moradores de vida simples que viviam da agricultura doméstica, da caça de pequenos animais, da pesca e da exploração de piaçava, além de frutas encontradas na região em determinadas épocas do ano. A Gomeira era assim conhecida pela população ilheense, devido à intensa produção de polvilho (goma) produzido em alguns sítios e vendido nas feiras livres ou oferecido de casa em casa nas ruas de Ilhéus.

Na década de 80, um número considerável de famílias numerosas de baixa renda vieram a ocupar a área, na qual fizeram uma ocupação desordenada, desmatando e aterrando manguezais. A maioria oriunda das fazendas de cacau que haviam entrado em decadência, por motivo da famigerada vassoura-de-bruxa, destruindo assim o “império do cacau”. Estes trabalhadores rurais não tinham dinheiro e nem para onde ir quando foram despedidos, sendo que boa parte destas famílias eram de outras cidades distantes e até mesmo de outros estados, como Sergipe.

Na época, a Prefeitura Municipal de Ilhéus e autoridades, entendendo que a população precisava de moradia em local decente, resolveram então demarcar ruas e estruturar lotes, e assim cadastrar a todos que ali já se encontravam em barracos cobertos de palha, de plásticos, usando como paredes externas pedaços de tecidos (lençóis), de plásticos e pedaços de caixotes de verduras. Assim, estavam ali dia e noite, na esperança de “um socorro” da parte das autoridades competentes. A P.M.I, resolveu então fazer a distribuição dos lotes de terras aos cadastrados. Um por família constituída, garantindo o solo para que fossem erguidas moradias, segundo as possibilidades de cada família. A partir do loteamento, logo foi fundada a Associação de Moradores da Gomeira. A partir disso, começou a chegar a energia elétrica, água encanada, transporte urbano, escolas e posto de saúde.

No ano de 1986, o então prefeito Jabes Ribeiro trocou o nome do bairro, que passou a se chamar Teotônio Vilela. Antes, o prefeito teria dado outro nome, Horto das Acácias, porém a população não se adaptou, e continuou chamando o local de Vilela.

De acordo com Florinda Teles, estudante do 5º período de História (Uesc), atualmente o bairro tem características de uma pequena cidade, possuindo escolas de ensino fundamental e médio, um pólo do pré-vestibular Universidade Para Todos, mini-hospital, clínica especializada, casa lotérica, módulo da Polícia Militar, 04 postos de saúde, laboratório de análise clínicas, supermercados, açougues, padarias, distribuidoras de gás de cozinha, farmácias, 12 linhas de transporte coletivo, entre outros serviços. Além disso, quase todas as ruas estão asfaltadas e possuem rede de esgoto e iluminação pública.

Mas ainda há muito a ser feito, tendo em vista que o bairro possui aproximadamente 35 mil habitantes e a infra-estrutura instalada não atender a toda população. O Alto do Vilela, por exemplo, continua sem receber atenção do poder público, visto que o local não possui obras de saneamento básico nem pavimentação, a iluminação pública é precária e não existem serviços de saúde ou qualquer outro serviço que dê qualidade de vida aos moradores. Todo esse descaso com os moradores que habitam na entrada do bairro terminam por perpetuar a imagem de favelização do lugar, imagem esta que não corresponde ao desenvolvimento que ocorrera no interior do Teotônio Vilela ao longo desses anos.

14.9.09

ESTAR EM SI
Se conheça para ser feliz!



Será que você sabe realmente quem você é? Muitas vezes estamos dando o melhor de nós, mas não estamos satisfeitos com o que conseguimos. Isso acontece porque quando não nos conhecemos interiormente, o melhor de nós é muito pobre, muito vazio. Muita gente olha para os filhos, esposa, bens materiais e acha que a resposta está neles. Quando isso acontece, sua imagem perde a referência, você vira personagem da vida alheia. Começamos a inventar desculpas para nossas impossibilidades.

Você começa a estar em si quando percebe que tudo na sua vida depende de você, sua felicidade, sua emoção e sua razão. Estar em si é encontrar paz nos momentos difíceis da vida, é silenciar num momento de incompreensão do outro. É aceitar e compreender a visão de vida de cada pessoa, entender que todos somos iguais sim, mas com pontos de vista e escolhas diferentes. Estar em si é não ter medo de demonstrar emoção, de chorar quando sentir vontade, com medo que as pessoas achem que você é fraco. É sentir na alma a decepção, mas ter a consciência de que o mundo não acabou. É entender que cada experiência é uma nova lição.

É aprender a curtir ao máximo as pessoas que amamos, pois a perda é inevitável. É ter a humildade para reconhecer os erros, e a sabedoria para crescer com eles. É não cobrar atitude de pessoas que você sabe que não estão preparadas para tal. É dar uma chance a si mesmo em cada novo desafio, e entender que desafios são degraus de subida e não barreiras que devem ser derrubadas. É entender que o fracasso não existe, mas sim, que você aprendeu que ?aquela? maneira de agir não funciona.

Quem está em si mesmo ama livremente, sem cobranças, protegendo suavemente, sem esperar nada do outro, a não ser sua felicidade. Quem está em si mesmo, sabe que antes de amar o outro, precisa amar-se. É saber que não são os outros que lhe magoam, mas sim, que você se "deixa magoar". É prosseguir sempre, é crescer sempre, é aprender sempre, tendo a humildade suficiente para enxergar e respeitar as diferenças de comportamentos daqueles que não estão no mesmo caminho. É saber que apesar de tudo, apesar da hipocrisia de muitos, apesar do medo de amar e ser amado, apesar de muitos prenderem seus sentimentos mais puros em nome da moral e bons costumes, apesar de todas as ilusões que as pessoas enfrentam e vivem, a vida vale a pena sim.

Estar em si mesmo é ter a real convicção da própria vida, da vida das pessoas, do amor que esta envolta dos corações deprimidos procurando uma brecha para brilhar sua Luz e ascender para um novo mundo. O seu mundo!

Fonte: Minha vida (F. Carrara)

11.9.09

A INFORMALIDADE COMO OPORTUNIDADE DE INSERÇÃO SÓCIOECONÔMICA DAS COMUNIDADES DE BAIXA RENDA

Sara Teles

Jornal A NOTÍCIA


A partir de 1980, o mercado de trabalho brasileiro passou a se caracterizar por uma elevada proporção de trabalhadores sem contrato formal de trabalho: em 1981, os trabalhadores sem carteira de trabalho assinada já representavam cerca de 28% da população ocupada, segundo dados do IBGE. Se considerarmos ainda os trabalhadores por conta própria como parte do setor informal, este quadro é ainda mais preocupante, pois, em 2002, estas duas ocupações (sem carteira e conta própria) representavam aproximadamente metade da força de trabalho do país.

Este número sofreu uma pequena elevação nos três primeiros anos da década de 1980, mesmo assim o grau de informalidade permaneceu relativamente estável ao longo deste período. Contudo, a partir de 1990 tem início um processo de elevação sem precedentes no grau de informalidade no mercado de trabalho brasileiro, totalizando um aumento de dez pontos percentuais ao final dos anos 90.

No Brasil, esse problema foi em grande parte minimizado pelo fato de a legislação exigir que todos os trabalhadores assalariados possuam uma carteira de trabalho assinada, o que fez com que a definição de informalidade ficasse amplamente associada à posse ou não da mesma. Em diversos trabalhos o setor informal é definido como a soma dos trabalhadores sem carteira e conta própria, ou mesmo como o conjunto de trabalhadores que não contribui para a previdência social.

Todavia, parte dessa “redução” da informalidade se deu em função de os trabalhadores que já atuavam nas empresas terem sua situação trabalhista regularizada. Não ocorreu, ao contrário do que possa parecer, uma maior inserção do trabalhador no mercado de trabalho formal.

Assim como na maioria das cidades brasileiras, em Ilhéus a informalidade está nas mais diversas atividades econômicas: ambulantes, camelôs, empresas familiares informais, pedreiros, pintores, costureiras, baianas de acarajé, diaristas, entre outras.

A única vantagem da economia informal para o trabalhador é que ele não paga impostos. Por outro lado, não ser formal acaba atrapalhando outras coisas na vida. Fica mais difícil, por exemplo, alugar um imóvel ou conseguir um empréstimo, além de não desfrutar de garantias e benéficios, como férias, décimo terceiro salário, hora extra remunerada, FGTS, licença maternidade-paternidade, seguro desemprego e outros, e ainda estar vulnerável à fiscalização e autuação dos vários órgãos regulatórios.

O combate à informalidade é uma bandeira do governo, afinal, com ela, a arrecadação diminui. A Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, promulgada em dezembro de 2006, é mais uma tentativa do governo de reverter esse problema. O objetivo do governo com a nova lei é conseguir tirar cerca de 1 milhão de empresas da informalidade, ou seja, 10% do total dos informais.

Há quem não se interesse em sair da informalidade. É o caso de pessoas que, por exemplo, vendem produtos piratas. Mas muitos parecem não gostar de estar nesta situação. Entre os homens, a maioria está no mercado informal porque não conseguiu emprego. Aliás, segundo o IBGE, os homens são os responsáveis por 66% dessas empresas. Já entre as mulheres, a maioria atua na informalidade para poder aumentar a renda familiar. A defasagem educacional dessas pessoas é uma das razões para estarem nesta situação. Ainda, de acordo com dados do IBGE, apenas 2% dos donos de empresas informais possuíam nível superior em 2003.

Nas comunidades de baixa renda é fácil encontrar trabalhadores que, em função da defasagem educacional e do desemprego, conseguem o sustento da família através de ocupações informais. Embora haja meios de o trabalhador formalizar sua atividade através de contribuição individual, quase sempre a renda oriunda da informalidade é tão pequena que, destituir no presente algum valor para gozo de garantias e benefícios no futuro comprometeria a satisfação de necessidades primárias, como alimentar-se, vestir-se e garantir moradia e segurança para a família.

31.8.09

AQUI JAZ UMA EMPRESA
Por Dieter Kelber - Versátil Comunicação Estratégica


O que leva uma empresa a iniciar as atividades? Um desejo intenso de uma pessoa? A reunião de dois, três ou quatro amigos idealistas, empreendedores ou não, decididos a colocar ideias e criatividade em prática e resolvem iniciar a caminhada pelo “mundão empresarial”.

Nos sonhos, os novos empresários acreditam na recuperação do capital investido em dois anos, ou menos, e vislumbram um panorama otimista para os próximos 10 ou 15 anos, algo como tornar-se uma multinacional ou, então, a chegada de algum megainvestidor antenado e alinhado com os objetivos que deram vida àquela organização.Na prática, a realidade é outra. É claro que o esforço, a tenacidade e, principalmente, a paixão marcam o início de toda organização vencedora. Entretanto, o tempo de vida dela será determinado por fatores como visão, valores e, de forma pragmática, a gestão. Se estes três elementos estiverem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideologia central, esta corporação estará apta a fazer parte do seleto e cada vez menor rol das “empresas centenárias."

Os últimos sobressaltos do mercado, caracterizados como crise, mostraram o verdadeiro papel da gestão empresarial para a sobrevivência das empresas. E quando falo em “gestão”, quero dizer a combinação prática do binômio TI e pessoas.

A organização só é sustentável a partir do momento em que consegue conciliar estes dois termos. Agora, imagino os mais apressados e incautos inquietos e ávidos por me perguntar “mas o foco no cliente não é a razão de tudo?” Também sou partidário desta tese! Porém, se o gerenciamento for ineficiente, o foco no cliente fica à deriva.


Metodologias para lá de conhecidas como BSC (Balanced Scorecard), BPM (Modelagem de Processos de Negócios, na sigla em inglês), Lean (sistema percussor do Toyotismo) e Seis Sigma são fundamentais para que as empresas possam conduzir pessoas e tecnologias de forma harmônica, com produtos focados inteiramente no cliente, afinal é ele (o cliente) quem decide se a corporação deve ou não continuar a existir.
Porém, as metodologias podem apenas indicar as ferramentas certas para a manutenção da operação nos eixos, mas para indicar o caminho para sair-se bem no futuro, o Lidestor, ou seja, o empresário ou executivo que reúne as características de líder e gestor ao mesmo tempo, é essencial.

Afinal, à exceção de motivos não éticos, as organizações começam a caminhar para um estado terminal quando seus dirigentes se afastam cada vez mais da figura e do comportamento do líder gestor.Uma das características mais marcantes dos executivos das “empresas moribundas” é a soberba. Em geral, o quadro gerencial destas companhias demonstra um sentimento de altivez originado pelo sucesso de outros tempos e isso acaba corroendo os ambientes interno e externo.

Os executivos imodestos ignoram os preceitos da boa gestão e buscam o crescimento de forma míope e indisciplinada, ignorando os riscos decorrentes de desvio do foco central e, quando os indicadores negativos começam a aparecer, eles tendem a colocar a culpa no mercado, na concorrência, na crise e até no azar.Muitas empresas acreditam que com uma fusão estratégica ou a contratação de novos executivos será possível reverter a queda livre. Evidentemente, e se ainda houver vigor financeiro, essas ações podem vir a dar certo.

Mas, na maioria das vezes, é tarde demais. Quando o distanciamento entre liderança e gestão é muito grande, pouco pode ser feito em curto prazo. Não é viável uma companhia ter sucesso sem que haja uma disciplina no cumprimento das regras de negócio, inclusive com fluxo de caixa sólido, e, por que não dizer, alegria de se trabalhar nela. Essas duas vertentes são as molas propulsoras para garantir a sustentabilidade e a vivência das organizações.

* Dieter Kelber é presidente do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual - www.insadi.org.br) Email: dieter.kelber@insadi.org.br

18.8.09

"MUROS DE BERLIM" ELETRÔNICOS EM TEMPO DE CRISE

Por Karsten Jonsen e Willem Smit

As empresas estão proibindo, cada vez mais, o acesso de seus funcionários às redes sociais como Orkut, YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn (assim como a barra de ferramentas do Google), alegando um comprometimento de segurança e produtividade. Isto é sensato?

As crises geralmente provocam um enrijecimento de regras e regulamentos. O controle toma a frente da confiança e a vontade de exercer algum tipo de vigilância aumenta. É fato que alguns casos de bloqueio de acesso são necessários, ou pelo menos ter diretrizes parece apropriado. Um exemplo é quando importantes sistemas de negócio estão em risco ou quando a segurança das pessoas está ameaçada.

Porém, precisamos realmente ser tão rígidos nas regras se somente algumas partes do sistema estão causando problemas? Proibir acesso eletrônico ao mundo realmente irá melhorar a situação? Ou estamos condicionados a ter uma resposta Pavloviana a situações incertas? Vamos analisar alguns aspectos desfavoráveis dessas restrições de acesso.

Primeiro, as empresas que bloqueiam o Orkut e similares supõem que há um “muro” entre a vida do trabalho e a vida pessoal, e isso definitivamente é verdade para algumas pessoas.

Quando retornam para casa, é a hora do lazer – desligam o telefone e computador do escritório e ligam o telefone e computador pessoal. Porém, nesse mundo de intensa proliferação do conhecimento, um bom número de pessoas integra suas duas vidas. Uma pessoa “integradora” mescla a divisão entre sua vida do trabalho e sua vida privada. Seu trabalho não pode ser mensurado cronologicamente – o que importa é o resultado final, e não onde esse resultado foi gerado pela presença física de um funcionário num determinado local.

Estas pessoas prosperam em ambientes integrados, também conhecido como ROWE (results-only-work-environment / ambiente de trabalho focado apenas em resultados – em tradução livre). Há também certos grupos de funcionários, como mães solteiras, que simplesmente precisam de uma flexibilidade no horário para desempenharem suas funções; ou aqueles grupos para quem é inviável se locomover em horários de pico. Quando os integradores não possuem a flexibilidade para mesclar suas vidas de trabalho e privada, eles ficam insatisfeitos e, consequentemente, podem abandonar a empresa.

Segundo, o ócio no trabalho não é algo novo, mas com a internet, ele foi redefinido. Velhos hábitos, como ler o jornal e andar nos corredores foram substituídos pela navegação e pela comunicação entre amigos na web. As pessoas não são capazes de se concentrar em tarefas específicas por um longo período. Como em nossa época de escola, é necessário fazer algumas pausas. As pesquisas demonstram que um tempo moderado passado na internet e/ou outros exercícios de “descompressão” podem, efetivamente, aumentar a produtividade.
Terceiro, as empresas que não aproveitam as redes sociais irão sair perdendo na busca de novos talentos. Ao restringirem estes tipos de sites, as empresas estarão destinadas a alienar a próxima geração de funcionários que vêem as redes sociais como parte de seu “jogo de ferramentas”. Ao bloquear o acesso a sites altamente utilizados, a organização está deixando claro que não confia em seu pessoal. Já estamos testemunhando um alto índice de aversão de novos funcionários às carreiras em grandes empresas, e é questionável se a proibição do acesso a estes sites irá aumentar sua vontade de ter uma vida corporativa ou manter aqueles que já estão encaminhados – eles eventualmente irão escalar o "Muro de Berlim" eletrônico.
Quarto, empresas que desabilitam o acesso às informações diversificadas e atuais do mundo externo estão em desvantagem competitiva. O isolamento leva à inferioridade, e as culturas que não se adaptam às mudanças estão fadadas à extinção. Nenhum homem é uma ilha, e o mesmo pode ser dito das empresas. Em um mercado moderno, sistemas proprietários tendem a falhar, pois ao se desconectar do fluxo da informação, você se distancia de conexões de mercado e seus efeitos de multiplicação. Há vantagens muito claras em utilizar uma rede crescente e envolvente para fins de negócios.

Ao invés de proibir o uso destas novas ferramentas, as empresas deveriam explorar a melhor maneira de aproveitá-las. Por exemplo, o IMD disponibiliza grupos no Facebook e no LinkedIn aos participantes dos programas de educação executiva para que possam exercer um networking e se comunicarem durante e depois de terminarem o programa.
Isto é visto como um complemento fácil, divertido e eficiente ao e-mail e à interação cara-a-cara. Além do mais, quando um novo integrante é contratado por uma organização, ele traz consigo uma rede externa de contatos, muito útil para compartilhar idéias e melhores práticas. Quando as decisões são tomadas para bloquear os Orkuts e YouTubes da vida (geralmente feita pela alta diretoria), pode ser um aviso de que a empresa está fora de sintonia com a realidade.
Como a área de marketing de uma empresa poderá aproveitar as novas formas de eMarketing se a política oficial da própria empresa é a de proibir tais ferramentas? Como os engenheiros e cientistas podem efetuar uma troca de idéias quando seu acesso ao mundo externo está restringido?
Orkut, YouTube, Google, Facebook, Twitter, LinkedIn existirão ainda por muito tempo – pro melhor ou pro pior. Tornaram-se uma extensão de nossas vidas. Mesmo que algumas pessoas tenham se tornado escravos da constante conexão, não significa que as empresas precisam restringir ou proibir seu uso – embora se espere dos funcionários um manuseio altamente ético de suas “liberdades”, como em todos os aspectos de sua vida no trabalho.
Em momentos de crise, é mais importante do que nunca que as empresas se mantenham conectadas e tenham acesso as informações em tempo real para assim manter a flexibilidade de se adaptar ao ambiente, que está em constante evolução, e para atrair e reter os melhores e mais criativos funcionários. Essencialmente, "Muros de Berlim" eletrônicos podem afastar certos perigos, mas também afastam o conhecimento.

Karsten Jonsen e Willem Smit são pesquisadores do IMD. URL ::
Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/_muros_de_berlim_eletronicos_em_tempos_de_crise/25199/

10.8.09

PLANEJAMENTO TURÍSTICO DE ILHÉUS: uma gestão participativa ou autoritária?

PLANEJAMENTO TURÍSTICO DE ILHÉUS: UMA GESTÃO PARTICIPATIVA OU AUTORITÁRIA?
Sara Teles

Jornal A NOTÍCIA

Embora seja uma cidade de inquestionável vocação turística, Ilhéus sempre esteve aquém do seu desempenho potencial, sem força como destino final, se comparada a municípios próximos como Itacaré e Porto Seguro.
A ausência de um planejamento estratégico público pode-se constatar ao longo do ano, dado a inexistência de uma programação voltada à atração de turistas. Os que aqui chegam vêm em virtude dos atrativos que a cidade por si só esbanja, sobretudo praia e sol, não em função de políticas públicas estrategicamente implantadas para atrair e reter os turistas na cidade. Muitos destes, apenas por aqui passam, seguindo em direção aos destinos retro mencionados.

Em Ilhéus, até sobram ações tático-operacionais para o turismo, mas quando o assunto é um planejamento estratégico que traga resultados reais e duradouros, conforme se vê em cidades como Aracaju, aí a Terra da Gabriela deixa a desejar.

Um planejamento estratégico, por conceito, funciona como um guia que orienta as ações e decisões futuras a serem tomadas por uma organização, uma cidade, um país ou mesmo por uma pessoa na construção do seu futuro. O processo de planejamento turístico, especificamente, deve dialogar com pessoas e organizações, não havendo uma figura central no processo decisório, e sim diversas partes igualmente significantes.

O processo de planejamento estratégico do turismo deve então ter uma abordagem participativa, isto é, envolver o maior número de agentes, pessoas e organizações, no processo e na tomada de decisão. O planejamento participativo permite que todas as partes envolvidas defendam os seus interesses ao mesmo tempo em que se desenvolvem uma visão única sobre o destino, através do compartilhamento de experiências e conhecimento sobre o local. Compartilhar uma visão comum de futuro para o destino é somente uma das vantagens de uma abordagem participativa no planejamento. Este procedimento traz benefícios tanto à comunidade e aos agentes locais quanto à equipe de planejamento e ao destino como um todo.

A participação do indivíduo autônomo no planejamento turístico é de suma importância, pois contribui sobremaneira para que os objetivos sejam alcançados, sendo, também, fundamental, para a eficácia do planejamento, identificar as necessidades da comunidade local. A satisfação da comunidade é a peça-chave para o desenvolvimento turístico de uma cidade.

Será que em Ilhéus as políticas para o turismo permitem que a população tome parte ou têm-se assistido ao desenrolar de um “planejamento” turístico autoritário e, por conseguinte, sem resultados?

4.8.09

O novo modelo da Nike, denominado “Mercurial Vapor IV Cherry



O novo modelo da Nike, denominado “Mercurial Vapor IV Cherry (cereja)”, apresenta inovações tecnológicas para proporcionar o máximo de aceleração, força e apoio para a realização de movimentos rápidos e chutes precisos.

A campanha da chuteira que faz parte da coleção de chuteiras Mercurial (que foi lançada em 1998), apresenta não só em seu vídeo, como no site, marcantes efeitos e conceito da série de filmes do gatinho cor-de-rosa, o gato que é na verdade a representação do valioso diamante.
A explicação da Nike para a cor é a seguinte:
A cor “rosa” - por ser um tom forte - realça essas qualidades. Ela facilita a visão do jogador para o controle da bola e a identificação pelos companheiros na hora do passe em qualquer condição da partida (dia, noite, chuva), proporcionando assim uma melhor performance individual e de todo o time.

1.8.09

O que diferencia líderes autoritários de exigentes?
Veja opinião de especialista


Luana Cristina de Lima Magalhães - InfoMoney



Segundo consultor de RH do Grupo Soma, o líder autoritário é o dono da razão; já o exigente é detalhista.Conviver com um líder que não aceita diálogo e cuja palavra é sempre a única opção válida não é fácil. Agora imagine um líder detalhista e rigoroso nos seus princípios. Com qual desses dois perfis de gestor você trabalha: o autoritário ou o exigente?De acordo com o consultor de RH (Recursos Humanos) e diretor executivo do Grupo Soma, Arlindo Felipe Jr., o líder autoritário é o dono da razão, não aceita que a sua equipe opine. Seu lema é: eu mando e você faz. Já o gestor exigente sabe dialogar com os funcionários e conhece muito bem a área sobre a qual é responsável, bem como o mercado no qual atua, por isso tem senso de qualidade exacerbado.

Líder autoritário

Uma das características marcantes do líder autoritário é que ele desenvolve uma gestão por meio da opressão e do medo. "Geralmente, esse líder mostra o erro de um profissional, mas não revela como consertá-lo".Os impactos para a empresa que conta com a gestão de um líder autoritário, segundo Felipe Jr., são clima organizacional negativo, no qual as pessoas não têm motivação para trabalhar, e altos índices de turnover (rotatividade).Entretanto, o consultor destaca que, em alguns casos, uma liderança autoritária momentânea pode ser válida. "Em uma reunião de fusão, quando o líder quer impor os valores da empresa para os novos funcionários, ele terá uma posição autoritária. Além disso, nos casos em que o líder tem uma equipe sem estrutura, na qual os funcionários não obedecem as regras e são acomodados, a liderença autoritária é válida.

Líder exigente

Já uma particularidade do gestor exigente, segundo Felipe Jr., é o rigor com os seus princípios. Assim, essa pessoa procura sempre dar o exemplo para que a equipe o siga. "Esse gestor é aberto ao diálogo, desde que as pessoas tenham argumentos mais fortes que o dele. Além disso, esse líder está sempre presente na equipe auxiliando e, quando preciso, colocando a mão na massa".O consultor ressalta ainda que esse líder pode trazer benefícios para a equipe, se for bem interpretado. "Se a equipe souber aproveitar a presença desse líder, ela irá crescer profissionalmente, já que esse perfil de gestor ajuda os seus profissionais a desenvolverem seus pontos fracos".

Autoritário x exigente

Confira abaixo uma tabela com as principais atitudes desses dois perfis de liderança:


VOCÊ MORA NO SUBÚRBIO OU NA PERIFERIA?
Sara Teles
Jornal A NOTÍCIA

Existem inúmeros termos para expressar conceitos sobre os espaços de uma cidade, porém quase sempre são usados de forma incorreta. As palavras subúrbio e periferia são exemplos disso. Etimologicamente, ambas significam o espaço que cerca uma cidade, mas a forma como as tomamos conceitualmente, no dia-a-dia, é bastante deturpada.

A palavra subúrbio terminou por ganhar conotação de classe, e um tanto pejorativa. Lugar onde moram as classes menos abastadas, perdendo assim seu caráter geográfico. O termo periferia teve destino semelhante, freqüentemente associado à regiões urbanas de infra-estrutura precária e baixa-renda.

Claro que podem existir regiões periféricas em grandes centros urbanos, ocupadas por empreendimentos imobiliários de alto padrão, que é o que acontece no caso da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, os condomínios da Serra da Cantareira, em São Paulo, Costa Azul, em Salvador, e com os condomínios nas praias do Sul, em Ilhéus, entre tantos outros exemplos que podem ser citados em nossa cidade.

Uma das características dos subúrbios/periferias é a baixa densidade de ocupação dessas áreas que, por essa razão, podem abrigar pequenas propriedades agrícolas, condomínios de luxo, estádios, parques, ou outro tipo de empreendimento que busque mais espaço. Com a industrialização, por exemplo, formaram-se subúrbios industriais e operários. A palavra traduz uma situação intermediária entre cidade e campo e não uma condição sócio-econômica.

Em países como os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, as periferias são as áreas da cidade que concentram a população de mais alta renda, enquanto a população mais pobre vive geralmente em áreas centrais da cidade, freqüentemente em guetos ou cortiços.

Em termos mundiais, o conceito de periferia foi reforçado após as duas grandes guerras e acirrado com a Guerra Fria, destinando o status de centro àqueles países de maior poder econômico e militar, e de periférico aos mais pobres, dependentes, com problemas de infra-estrutura.

Percebe-se, portanto, que tudo não passa de uma perpetuação das desigualdades sociais e econômicas. E aí, será que você mora no subúrbio ou na periferia? Tanto faz. É só um recorte geográfico mesmo, ou pelo menos deveria ser.

7.7.09

Da tolerância a erros à punição: existe uma postura correta por parte do líder?
Por Karin Sato - InfoMoney

Ninguém sabe ao certo quantas vezes Thomas Edison errou para que acertasse no invento da lâmpada incandescente. Para sanar esta dúvida, a reportagem deste portal tentou fazer uma pesquisa na internet, mas alguns sites diziam que foram 5 mil tentativas, outros, que foram 1 mil. Um dos sites apostava em um número ainda maior: 3 milhões. Nem o inventor deveria saber ao certo.A questão é que errar é humano. E isso ninguém discute. Principalmente quando o assunto é trabalho. De acordo com o presidente da Empreenda, César Souza, o problema se dá quando um profissional não sabe aprender com os erros que comete."Não é ruim errar. É ruim quando ocorre a repetição dos erros, em um ciclo destrutivo no qual as pessoas se colocam e não conseguem sair, pois não aprendem a evitá-los", explica. No caso de Thomas Edison, se ele não tivesse essa capacidade de aprender e encarar o erro como uma oportunidade, não teria inventado a lâmpada.O diretor de Operações da Human Brasil, Fernando Montero da Costa, garante que, para aprender com os erros, se faz necessária a autocrítica. "O profissional deve avaliar como a qualidade do seu trabalho afeta os resultados da equipe, da sua área e da empresa. É essencial entender a realidade que o circunda e ter força para identificar e admitir os pontos fracos e encará-los de maneira a reverter a situação", revela.


Erro técnico ou comportamental?


"O erro comportamental é, de longe, o mais grave. Erros técnicos são fáceis de corrigir. Problemas de atitudes são difíceis, porque muitas pessoas ficam cegas e nem sempre conseguem evitar ou corrigir. Aprendizado técnico é fácil. Aprendizagem emocional e de atitude é difícil", afirma Souza.O problema é que, geralmente, o erro técnico leva ao erro de comportamento. Isso porque o ser humano tem dificuldade de aceitar críticas. São raros - e valiosos - os profissionais que aceitam críticas, reconhecem o equívoco cometido sem franzir a testa e propõem uma solução definitiva para ele.Segundo Costa, existe um ponto essencial a ser considerado pelo gestor: o funcionário que erra com frequência não pode se colocar no lugar da vítima, embora esta seja a tendência. É da natureza do ser humano, na tentativa de preservar sua autoestima, se defender colocando a culpa em terceiros e não assumindo responsabilidades.


A demissão se justifica?


Dependendo da gravidade do erro e de seus impactos, há quem opte por desligar o funcionário, sem dar a ele uma segunda chance. Mas Costa alerta que existe uma diferença entre entregar um relatório fora do prazo e entregar uma declaração ao Fisco com informações equivocadas, o que pode gerar multa à empresa."Em função do impacto do erro, muitas organizações acabam demitindo, mas este não é o melhor caminho", explica. "Antes, deve ser analisado o histórico do profissional, o que ele já fez pela empresa e o quanto já gerou de lucro, bem como deve ser medido seu nível de esforço e proatividade".Demitir de cara é sempre o caminho mais fácil e, de certa forma, também o mais covarde, porque o colaborador que tem dificuldades, sejam elas técnicas ou comportamentais, não tem a oportunidade de melhorar, ou de acertar. Logo, o melhor que o líder tem a fazer é dar feedback ao colaborador que errou e esperar que, da próxima vez, ele não cometa o mesmo equívoco.


Quando o erro passa a ser do líder


Porém, se o funcionário repetir erros já cometidos e nada for feito a respeito, as chances são grandes de que o erro passe a ser do líder. Souza diz que, sem dúvida, quando colaborador ou equipe desenvolve um trabalho medíocre, o líder é prejudicado, porque não consegue atingir as expectativas da diretoria. Entretanto, às vezes, a culpa é do próprio gestor e é ele quem precisa ser avaliado."Quando os erros do colaborador se repetem, passa a ser um erro do líder, que é muito tolerante, paternalista e complacente com quem erra seguidas vezes e não demonstra esforço para mudar. Oportunidade não é algo que o líder dê. Oportunidade é algo a ser conquistado pelo liderado", sublinha o presidente da Empreenda. "Neste caso, o líder não está fazendo aquilo que deveria fazer: avaliar, orientar e garantir a performance superior da empresa frente à concorrência", acrescenta.O consultor da Robert Wong, André Alfaya, concorda. Para ele, quando os erros de um colaborador são recorrentes, pode ser que o líder não soube dar feedback, não soube se comunicar.


Como lidar com o erro


Segundo Costa, é importante que o líder não seja condescendente com o profissional que não corresponde às expectativas. Assim, tão logo o funcionário erre, é preciso chamar a sua atenção. Afinal, ele não poderá se corrigir se não souber que está errando. Além disso, existe uma tendência das pessoas de se acomodarem em questões relacionadas à vida, inclusive o trabalho. Chamar a atenção é uma forma de desviar as pessoas deste comportamento natural.Se os erros forem rotineiros, infelizmente o líder terá de chamar a atenção todos os dias. O especialista explica o motivo por meio daquilo que chama de "teoria da equidade". É preciso tratar todos da equipe da mesma forma, sempre."Para que toda uma equipe se sinta motivada, cada um deve sentir que carrega um piano e que não há ninguém sem piano. Além disso, ninguém quer carregar um piano a mais por outro. Em outras palavras, o líder não deve distribuir privilégios, bem como precisa distribuir responsabilidades de forma igualitária. Porém, se ele aceita o mau desempenho de um membro da equipe e cobra uma performance excelente de outro, não está cumprindo com seu papel de líder".Alfaya diz que, para evitar injustiças, o gestor deve esclarecer as regras desde o início, tanto no que se refere às punições quanto às compensações pelo bom desempenho. Elas devem ser iguais para todos. Com isso, quando o desligamento for a única saída, não se trata de uma punição ou injustiça, porque as regras haviam sido comunicadas. Isso também evita que o colaborador alegue falta de informação."Se a escolha de um funcionário for não mudar e ficar repetindo os erros, o afastamento ou desligamento não é uma punição. Trata-se de cumprir com um acordo que estava claro desde o início", explica o presidente da Empreenda.O consultor da Robert Wong alerta para o problema de o líder ser considerado "mole" ou "bonzinho demais": "O gestor "mole" provavelmente terá uma equipe "mole" ou alguém mais competente do grupo irá tomar seu lugar".


Quando faltam competências


Existe a hipótese de o funcionário simplesmente não possuir as habilidades técnicas ou comportamentais necessárias para exercer aquela determinada função. Costa explica que, quando isso ocorre, o erro foi das duas partes: da empresa, no momento da contratação, e do funcionário, que se dispôs a assumir as funções.O grande problema dos erros é que eles acarretam a queda da qualidade do trabalho, o que, por sua vez, se reflete na imagem da empresa e pode implicar prejuízos de receita, bem como acarretar reclamações por parte dos clientes, de acordo com Souza.


Como estimular o aprendizado?


Uma dúvida muito comum entre gestores é: como posso estimular o aprendizado daquele profissional que vem cometendo erros? Alfaya sugere aos líderes, no lugar de dar respostas de forma "mastigada" aos colaboradores, perguntar a eles o que fariam diante de determinado problema."Essa postura força o profissional a raciocinar e encontrar, sem ajuda dos demais, a solução mais adequada. Sem dúvida, é uma forma de estimular seu desenvolvimento. O líder deve ser inspirador e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos maiores de vida, seus sonhos", analisa o consultor.Souza é um pouco mais enfático quanto a essa questão. Ele diz que "o aprendizado se dá por sucção". Em outras palavras, cabe ao profissional querer aprender. "Quando alguém não quer aprender, não adianta ficar tentando ensinar".

Fonte: administradores.com.br

3.7.09

VOCÊ MORA NO SUBÚRBIO OU NA PERIFERIA?
Sara Teles

Há vários termos que expressam conceitos sobre os espaços das cidades, mas que muitas vezes são usados de forma incorreta. É o caso da palavra subúrbio que, etimologicamente, significa o espaço que cerca uma cidade, mas esse sentido tem sido deturpado, em especial no Rio de Janeiro, onde passou a designar a periferia.

É o que diz Nelson Nóbrega Fernandes, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense: "A palavra subúrbio, no Rio, é muito mal resolvida e ganhou uma conotação muito forte de classe, até meio pejorativa".
Outra característica dos subúrbios é a baixa densidade de ocupação dessas áreas que, por essa razão, podem abrigar pequenas propriedades agrícolas, condomínios de luxo, estádios, parques, ou outro tipo de empreendimento que busque mais espaço. Com a industrialização, por exemplo, formaram-se subúrbios industriais e operários. A palavra traduz uma situação intermediária entre cidade e campo e não uma condição sócio-econômica.

Mas, segundo Fernandes, com o crescimento das cidades, o que antes era suburbano, vira urbano. Conforme a mancha urbana vai se ampliando, áreas que antes se enquadravam nesses critérios, com uma intensa ocupação e urbanização, passam a se caracterizar como bairros, mas nem por isso deixam de ser chamadas de subúrbios. Além disso, até o início do século XX, o termo era utilizado para todas as áreas periféricas da cidade, independente do uso do espaço. Com as reformas urbanas, a partir das primeiras décadas do século passado, a palavra subúrbio passa a ser usada para designar áreas servidas pela ferrovia.

No Rio, o setor Norte-Oeste fez com que se considerasse subúrbio um lugar onde há um serviço de transporte urbano - o trem - e onde supostamente morariam as classes sociais menos abastadas, perdendo assim o seu caráter geográfico. Já em São Paulo, subúrbios são os municípios formados a partir da construção da linha férrea que ligava a capital ao interior.

No contexto brasileiro, a palavra periferia é algo típico do processo de metropolização dos anos 1960-70. O termo tem sido usado para designar loteamentos clandestinos, ou favelas localizadas em áreas mais centrais, onde vive uma população de baixa renda.
No Brasil, freqüentemente se associa à periferia as regiões urbanas de infra-estrutura precária e baixa renda, sendo tomada freqüentemente como sinônimo de zona suburbana, embora uma região periférica não seja necessariamente pobre. Excepcionalmente, podem existir regiões periféricas em grandes centros urbanos que são ocupadas por empreendimentos imobiliários de alto padrão, que é o que acontece no caso da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e com os condomínios da Serra da Cantareira, em São Paulo.

Em países como os Estados Unidos, a regra é inversa ao caso brasileiro: as periferias são as áreas da cidade que concentram a população de mais alta renda, enquanto a população mais pobre vive geralmente em áreas centrais da cidade, freqüentemente em guetos ou cortiços.

Nos países europeus como França, Alemanha e Reino Unido, as periferias são regiões semelhantes às dos Estados Unidos, abrigando em sua maioria uma população de alta renda, porém, em outros países do mesmo continente, existem casos de zonas periféricas formadas por conjuntos habitacionais de baixa renda, construídos através de companhias de desenvolvimento habitacional, com auxílio das prefeituras e dos governos estaduais. Porém, essas regiões não deixam de abrigar grandes mansões, sobrados e condomínios horizontais de luxo, as quais estão localizadas em regiões diferentes da população mais carente.

Em âmbito global, considera-se ainda como "periferia" o conjunto de países fora do centro econômico, entendido geralmente como a América do Norte, a Europa, Israel e o bloco do Pacífico. Alguns cientistas sociais e políticos distingüem a "periferia próxima", composta por países menos desenvolvidos mas com alguma relevância econômica e política, tais como China, Índia, Brasil e Rússia, ou de médio desenvolvimento, como México, Argentina, Uruguai e Chile e a "periferia distante", composta pelas nações pobres e pouco influentes

Para Manoel Lemes da Silva, professor de planejamento urbano e regional, da Faculdade São Marcos, de São Paulo, o termo periferia carrega consigo um sentido político, econômico e social que o subúrbio em princípio, não tem. "Não dá para pensar em periferia sem pensar em centro. É um par dialético que faz parte dos fundamentos da teoria do desenvolvimento econômico", diz o professor.

Em termos mundiais, o conceito de periferia foi reforçado após as duas grandes guerras e acirrado com a Guerra Fria, destinando o status de centro àqueles países de maior poder econômico e militar, e de periférico aos mais pobres, dependentes, com problemas de infra-estrutura, segundo Silva. Nas cidades, o conceito se aplica ao espaço onde está o centro econômico de poder. Do lado oposto, estaria a periferia. Silva afirma que o conceito surgiu na tentativa de tornar toleráveis a manutenção de cidades ao Estado. Mas o que se tem na verdade, é uma perpetuação das desigualdades sociais e econômicas.

Referência: Ciência e Cultura (Scielo)

31.5.09

A RIQUEZA QUE VEM DA PERIFERIA
Sara Teles

Jornal A NOTÍCIA

Nas últimas cinco décadas a parcela da população brasileira vivendo nas cidades passou de 30% para mais de 80%. Os antigos subúrbios não cresceram de forma natural e ordenada. Eles incharam e se transformaram nas periferias que conhecemos atualmente. São grandes regiões que abrigam uma massa enorme de pessoas, em sua maioria de baixa renda, analisa Eder Luiz Bolson, que é fundador de cinco empresas e professor universitário.
Se antes a maioria dos executivos e estrategistas das grandes multinacionais que atuam nos países em desenvolvimento focava suas ações de marketing nas classes de maior poder aquisitivo, pois presumiam que os mais pobres não tinham dinheiro para gastos com bens e serviços, sobretudo daqueles que vão além das necessidades básicas da alimentação, saúde e habitação, hoje eles reconhecem que há riqueza na base da pirâmide.
No Brasil, por exemplo, o mercado de baixa renda para bens e serviços envolve 87% da população e o seu potencial de vendas se aproxima dos R$ 500 bilhões. Estima-se, por exemplo, que só a população que vive nas favelas do Rio de Janeiro tem um poder aquisitivo anual de R$ 2,5 bilhões, ou cerca de R$ 100,00 por mês por habitante, afirma o professor Bolson.
Muitos mitos e paradigmas acerca dos hábitos de consumo dos moradores da periferia foram criados pela falta de conhecimento. Diante disso, muitas multinacionais estão até aconselhando seus executivos e estrategistas de marketing a morarem por certos períodos nas periferias. Talvez com isso consigam entender melhor o comportamento dos menos abastados. Empresas já mudaram suas estratégias em relação a esse tipo de consumidor. Quem não se lembra do caso de sucesso das balas de um centavo, ou do sabão em pó Alla que já é a segunda marca mais vendida na região Nordeste, ou da Tubaína como alternativa barata aos famosos refrigerantes, ou das lojas que vendem artigos a R$ 1,99?
Em Ilhéus, percebe-se um crescimento dos estabelecimentos comerciais voltados para atender ao consumidor que, em virtude de restrições orçamentárias, adquire produtos mais baratos. Em bairros como Nelson Costa e Teotônio Vilela o comércio é efervescente e tende a expandir-se ainda mais. A população começa a se conscientizar de que usufruir de bens e serviços disponíveis no próprio bairro é vantajoso, pois os produtos normalmente são oferecidos por comerciantes da localidade, que conhecem os hábitos de consumo daquela população, oferecendo produtos e níveis de preço dentro do que o consumidor quer e pode pagar.

3.5.09

DROGAS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
Sara Teles
(Jornal A NOTÍCIA)
Imagine uma família em plena tarde de um domingo ensolarado, preparando um saboroso churrasco na beira da piscina. Poderia ser mais um daqueles finais de semana em que pais e filhos confraternizam-se. Mas a chegada de um filho drogado muda os planos de descanso da família. Sob efeito de drogas, o jovem Tobias Lee Manfred Hahn, 24 anos, tenta matar a mãe Flávia Costa Hahn, 60 anos, com uma faca. Desesperada, ela pegou um revólver e disparou contra o filho, atingindo-o mortalmente no pescoço.
Diversas vezes encaminhado à clínicas psiquiátricas, na última vez Tobias fugiu pela janela da ambulância quando esta parou na sinaleira, ele também respondia a processos por assaltos, posse de drogas, furtos e lesão corporal praticado contra familiares.
Esse triste episódio revela mais uma vez o submundo das drogas, que tem sido pano de fundo de pelo menos 70% dos homicídios em locais de baixa renda e, pelo visto, espraiando-se pela classe média alta.
Dados da OBID (Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas) acerca da dependência de drogas no Brasil apontam que 12,3% da população são dependentes de álcool, 10,1% de tabaco, 1,2% de maconha, 0,8% de cocaína e 0,14% de crack, sendo que predominam dependentes jovens, entre 17 e 25 anos, e do sexo masculino.
Em todo Brasil tem-se desenvolvido diversas ações para que episódios como o da família Hahn não se repitam. Em Ilhéus, a criação do Conselho Municipal sobre Drogas vem fortalecer o esforço nacional de combate ao uso de entorpecentes, dedicando-se ao pleno desenvolvimento de ações referentes à redução da demanda de drogas.
Os Centros de Recuperação de Dependentes Químicos também têm realizado um trabalho com resultados surpreendentes. São muitos os casos de pessoas que, mesmo em situação aos olhos de muitos irremediável, encontraram um caminho longe das drogas. Mas a realidade de tais instituições é bastante difícil. Em geral, quando as famílias solicitam a ajuda, o familiar dependente químico já provocou tamanha destruição de bens que os parentes mal possuem recursos para mantê-lo no processo de tratamento.
No município existem seis centros de recuperação, cinco deles estão ligados às igrejas evangélicas e um à igreja católica. A maioria funcionando com alguma dificuldade relacionada à alimentação, vestimenta e outros custos. Recentemente, o centro de recuperação que funcionava no bairro Teotônio Vilela precisou encerrar as atividades, em virtude de não haver recursos suficientes para pagar o aluguel. Em face disso, vê-se a necessidade de tratar o problema das drogas como um caso de saúde pública, com centros de recuperação recebendo aporte financeiro para que possam ampliar o trabalho, devolvendo às famílias filhos que sejam orgulho para seus pais.

3.4.09

DESCASO COM O ESPORTE NA PERIFERIA DE ILHÉUS
Sara Teles
Jornal A Notícia


Todos conhecem os benefícios do esporte tanto para a saúde quanto para o convívio social. Está comprovado que crianças praticantes de atividade física aprendem a se relacionar criando o “espírito de grupo”. A prática de esportes regularmente também melhora a auto-estima e o humor. Quanto aos benefícios sociais, milhares são os atletas que cresceram em áreas de risco social, mas que encontraram bons princípios e perspectivas de vida através do esporte.
O futebol, por ser o desporto mais popular do Brasil, e que despende pouco custo para sua prática, talvez por isso seja tão popular por aqui, é o que mais tem oportunizado mudanças na realidade de jovens moradores das periferias. Quando vejo os atletas na televisão me perguntou, onde eles estariam se em algum momento de suas vidas não fossem contemplados através do futebol?
O avanço de outras tantas modalidades como vôlei, tênis, basquete, handebol, surf, judô, karatê, têm ampliado as possibilidades de profundas mudanças sociais. Porém, embora todos os benefícios, os esforços para promover tais mudanças têm ficado aquém do ideal.
Em Ilhéus, por exemplo, essa triste constatação se evidencia ainda mais nos bairros considerados periféricos. Na maioria deles não há nenhum equipamento esportivo digno da comunidade que ali reside. As “áreas de lazer”, se é que assim podemos chamá-las, são espaços improvisados pelos próprios moradores, que não passam de um campinho de barro ou areia, sem alambrados, sem refletores, ou qualquer estrutura básica que permita um melhor aproveitamento da prática esportiva e até a conseqüente formação de futuros atletas.
O caso que considero mais curioso é o da famosa “Praça dos Esportes” do bairro Teotônio Vilela. A tal praça, na verdade, é uma rua cheia de areia, a qual os moradores fecham com tela nos dias de jogos, e voltam a liberá-la após o baba. Espaço este que, com um mínimo de interesse do poder público, já se teriam construído uma praça “de verdade” com quadra e até um campo para prática de futebol de areia, com toda a infra-estrutura que a comunidade precisa e merece. Salienta-se que, o bairro sequer possui uma praça, embora ali residam quase 20% da população ilheense e essa seja uma antiga solicitação da comunidade.
Acredito que o esporte tem que ser potencializado nestas localidades, nas quais alguns jovens usam o tempo livre para estar nas esquinas, nas conversas vãs e muitas vezes até maquinando coisas erradas. Tais problemas podem ser superados através do esporte, que age como um vetor de coisas boas para a mente e para o corpo, e toda a sociedade ganha com isso.

24.2.09

MÚSICA POPULAR: QUANDO A CRÍTICA É UM PRECONCEITO
Sara Teles

(Jornal A NOTÍCIA)

Ela está presente em quase todo lugar, sobretudo nas festas populares, tão comuns em nosso país. Todavia, embora no Brasil, desde 1500, a música popular prevaleça, esta tem sido alvo constante de críticas e preconceitos. Pergunta-se: com base em que parâmetros éticos e/ou estético-musicais – podemos afirmar que uma música ou um gênero é “ruim”? E quem se encontra habilitado para afirmar certas crenças e valores em arte e em música?
Os estilos como o MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo, Blues, Jazz, e os Clássicos, estes com seus nomes mais famosos como Mozart, Beethoven e Bach, e todas as demais expressões musicais de tradição erudita européia são definidas como música “de qualidade”, em detrimento do pagode paulistano e baiano, do sertanejo, do axé, do funk carioca e, mais recentemente, o arrocha, aqui na Bahia.
Curiosamente, todos os estilos execrados pelos críticos (que se julgam autorizados a legitimar seus gostos musicais) se originaram nas camadas menos abastadas da sociedade. E custa acreditar, mas se evidencia, portanto, um preconceito com o que é produzido nas periferias.
Ninguém pode fazer contestações acerca do prazer e do envolvimento real que os gêneros populares proporcionam a milhares de pessoas. Imagine a 9ª Sinfonia de Beethoven em pleno carnaval? Ou a Bossa-Nova agitando a juventude na noite carioca? Cada estilo possui seu contexto de formação, de difusão e o momento adequado de execução. O arrocha, por exemplo, não poderia surgir na elite, pois é um ritmo que nasceu para ser econômico e divertir a massa, ao contrário de uma orquestra sinfônica, que requer um investimento financeiro muito maior, além de não caber no bar da esquina e nem no trio elétrico.
Claro que existem níveis de complexidade melódica diferenciados, além de letras mais elaboradas e outras menos escorreitas, todavia, isso não basta para definir se a música é boa ou ruim. O valor estético é peculiar ao grupo no qual a manifestação cultural e artística está inserida. Olhar de fora e fazer ingerências a respeito é algo muito arriscado, pois se pode cair na armadilha do etnocentrismo, que consiste em erigir, de maneira indevida, os valores próprios da sociedade a que pertence em valores universais, e pior, de maneira não crítica: acredita que os seus valores são OS valores, e isso basta-lhe.