Por Karsten Jonsen e Willem Smit
As empresas estão proibindo, cada vez mais, o acesso de seus funcionários às redes sociais como Orkut, YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn (assim como a barra de ferramentas do Google), alegando um comprometimento de segurança e produtividade. Isto é sensato?
As crises geralmente provocam um enrijecimento de regras e regulamentos. O controle toma a frente da confiança e a vontade de exercer algum tipo de vigilância aumenta. É fato que alguns casos de bloqueio de acesso são necessários, ou pelo menos ter diretrizes parece apropriado. Um exemplo é quando importantes sistemas de negócio estão em risco ou quando a segurança das pessoas está ameaçada.
Porém, precisamos realmente ser tão rígidos nas regras se somente algumas partes do sistema estão causando problemas? Proibir acesso eletrônico ao mundo realmente irá melhorar a situação? Ou estamos condicionados a ter uma resposta Pavloviana a situações incertas? Vamos analisar alguns aspectos desfavoráveis dessas restrições de acesso.
Primeiro, as empresas que bloqueiam o Orkut e similares supõem que há um “muro” entre a vida do trabalho e a vida pessoal, e isso definitivamente é verdade para algumas pessoas.
Quando retornam para casa, é a hora do lazer – desligam o telefone e computador do escritório e ligam o telefone e computador pessoal. Porém, nesse mundo de intensa proliferação do conhecimento, um bom número de pessoas integra suas duas vidas. Uma pessoa “integradora” mescla a divisão entre sua vida do trabalho e sua vida privada. Seu trabalho não pode ser mensurado cronologicamente – o que importa é o resultado final, e não onde esse resultado foi gerado pela presença física de um funcionário num determinado local.
Estas pessoas prosperam em ambientes integrados, também conhecido como ROWE (results-only-work-environment / ambiente de trabalho focado apenas em resultados – em tradução livre). Há também certos grupos de funcionários, como mães solteiras, que simplesmente precisam de uma flexibilidade no horário para desempenharem suas funções; ou aqueles grupos para quem é inviável se locomover em horários de pico. Quando os integradores não possuem a flexibilidade para mesclar suas vidas de trabalho e privada, eles ficam insatisfeitos e, consequentemente, podem abandonar a empresa.
Segundo, o ócio no trabalho não é algo novo, mas com a internet, ele foi redefinido. Velhos hábitos, como ler o jornal e andar nos corredores foram substituídos pela navegação e pela comunicação entre amigos na web. As pessoas não são capazes de se concentrar em tarefas específicas por um longo período. Como em nossa época de escola, é necessário fazer algumas pausas. As pesquisas demonstram que um tempo moderado passado na internet e/ou outros exercícios de “descompressão” podem, efetivamente, aumentar a produtividade.
umas pessoas tenham se tornado escravos da constante conexão, não significa que as empresas precisam restringir ou proibir seu uso – embora se espere dos funcionários um manuseio altamente ético de suas “liberdades”, como em todos os aspectos de sua vida no trabalho. Karsten Jonsen e Willem Smit são pesquisadores do IMD. URL ::
Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/_muros_de_berlim_eletronicos_em_tempos_de_crise/25199/
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