31.8.09

AQUI JAZ UMA EMPRESA
Por Dieter Kelber - Versátil Comunicação Estratégica


O que leva uma empresa a iniciar as atividades? Um desejo intenso de uma pessoa? A reunião de dois, três ou quatro amigos idealistas, empreendedores ou não, decididos a colocar ideias e criatividade em prática e resolvem iniciar a caminhada pelo “mundão empresarial”.

Nos sonhos, os novos empresários acreditam na recuperação do capital investido em dois anos, ou menos, e vislumbram um panorama otimista para os próximos 10 ou 15 anos, algo como tornar-se uma multinacional ou, então, a chegada de algum megainvestidor antenado e alinhado com os objetivos que deram vida àquela organização.Na prática, a realidade é outra. É claro que o esforço, a tenacidade e, principalmente, a paixão marcam o início de toda organização vencedora. Entretanto, o tempo de vida dela será determinado por fatores como visão, valores e, de forma pragmática, a gestão. Se estes três elementos estiverem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideologia central, esta corporação estará apta a fazer parte do seleto e cada vez menor rol das “empresas centenárias."

Os últimos sobressaltos do mercado, caracterizados como crise, mostraram o verdadeiro papel da gestão empresarial para a sobrevivência das empresas. E quando falo em “gestão”, quero dizer a combinação prática do binômio TI e pessoas.

A organização só é sustentável a partir do momento em que consegue conciliar estes dois termos. Agora, imagino os mais apressados e incautos inquietos e ávidos por me perguntar “mas o foco no cliente não é a razão de tudo?” Também sou partidário desta tese! Porém, se o gerenciamento for ineficiente, o foco no cliente fica à deriva.


Metodologias para lá de conhecidas como BSC (Balanced Scorecard), BPM (Modelagem de Processos de Negócios, na sigla em inglês), Lean (sistema percussor do Toyotismo) e Seis Sigma são fundamentais para que as empresas possam conduzir pessoas e tecnologias de forma harmônica, com produtos focados inteiramente no cliente, afinal é ele (o cliente) quem decide se a corporação deve ou não continuar a existir.
Porém, as metodologias podem apenas indicar as ferramentas certas para a manutenção da operação nos eixos, mas para indicar o caminho para sair-se bem no futuro, o Lidestor, ou seja, o empresário ou executivo que reúne as características de líder e gestor ao mesmo tempo, é essencial.

Afinal, à exceção de motivos não éticos, as organizações começam a caminhar para um estado terminal quando seus dirigentes se afastam cada vez mais da figura e do comportamento do líder gestor.Uma das características mais marcantes dos executivos das “empresas moribundas” é a soberba. Em geral, o quadro gerencial destas companhias demonstra um sentimento de altivez originado pelo sucesso de outros tempos e isso acaba corroendo os ambientes interno e externo.

Os executivos imodestos ignoram os preceitos da boa gestão e buscam o crescimento de forma míope e indisciplinada, ignorando os riscos decorrentes de desvio do foco central e, quando os indicadores negativos começam a aparecer, eles tendem a colocar a culpa no mercado, na concorrência, na crise e até no azar.Muitas empresas acreditam que com uma fusão estratégica ou a contratação de novos executivos será possível reverter a queda livre. Evidentemente, e se ainda houver vigor financeiro, essas ações podem vir a dar certo.

Mas, na maioria das vezes, é tarde demais. Quando o distanciamento entre liderança e gestão é muito grande, pouco pode ser feito em curto prazo. Não é viável uma companhia ter sucesso sem que haja uma disciplina no cumprimento das regras de negócio, inclusive com fluxo de caixa sólido, e, por que não dizer, alegria de se trabalhar nela. Essas duas vertentes são as molas propulsoras para garantir a sustentabilidade e a vivência das organizações.

* Dieter Kelber é presidente do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual - www.insadi.org.br) Email: dieter.kelber@insadi.org.br

18.8.09

"MUROS DE BERLIM" ELETRÔNICOS EM TEMPO DE CRISE

Por Karsten Jonsen e Willem Smit

As empresas estão proibindo, cada vez mais, o acesso de seus funcionários às redes sociais como Orkut, YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn (assim como a barra de ferramentas do Google), alegando um comprometimento de segurança e produtividade. Isto é sensato?

As crises geralmente provocam um enrijecimento de regras e regulamentos. O controle toma a frente da confiança e a vontade de exercer algum tipo de vigilância aumenta. É fato que alguns casos de bloqueio de acesso são necessários, ou pelo menos ter diretrizes parece apropriado. Um exemplo é quando importantes sistemas de negócio estão em risco ou quando a segurança das pessoas está ameaçada.

Porém, precisamos realmente ser tão rígidos nas regras se somente algumas partes do sistema estão causando problemas? Proibir acesso eletrônico ao mundo realmente irá melhorar a situação? Ou estamos condicionados a ter uma resposta Pavloviana a situações incertas? Vamos analisar alguns aspectos desfavoráveis dessas restrições de acesso.

Primeiro, as empresas que bloqueiam o Orkut e similares supõem que há um “muro” entre a vida do trabalho e a vida pessoal, e isso definitivamente é verdade para algumas pessoas.

Quando retornam para casa, é a hora do lazer – desligam o telefone e computador do escritório e ligam o telefone e computador pessoal. Porém, nesse mundo de intensa proliferação do conhecimento, um bom número de pessoas integra suas duas vidas. Uma pessoa “integradora” mescla a divisão entre sua vida do trabalho e sua vida privada. Seu trabalho não pode ser mensurado cronologicamente – o que importa é o resultado final, e não onde esse resultado foi gerado pela presença física de um funcionário num determinado local.

Estas pessoas prosperam em ambientes integrados, também conhecido como ROWE (results-only-work-environment / ambiente de trabalho focado apenas em resultados – em tradução livre). Há também certos grupos de funcionários, como mães solteiras, que simplesmente precisam de uma flexibilidade no horário para desempenharem suas funções; ou aqueles grupos para quem é inviável se locomover em horários de pico. Quando os integradores não possuem a flexibilidade para mesclar suas vidas de trabalho e privada, eles ficam insatisfeitos e, consequentemente, podem abandonar a empresa.

Segundo, o ócio no trabalho não é algo novo, mas com a internet, ele foi redefinido. Velhos hábitos, como ler o jornal e andar nos corredores foram substituídos pela navegação e pela comunicação entre amigos na web. As pessoas não são capazes de se concentrar em tarefas específicas por um longo período. Como em nossa época de escola, é necessário fazer algumas pausas. As pesquisas demonstram que um tempo moderado passado na internet e/ou outros exercícios de “descompressão” podem, efetivamente, aumentar a produtividade.
Terceiro, as empresas que não aproveitam as redes sociais irão sair perdendo na busca de novos talentos. Ao restringirem estes tipos de sites, as empresas estarão destinadas a alienar a próxima geração de funcionários que vêem as redes sociais como parte de seu “jogo de ferramentas”. Ao bloquear o acesso a sites altamente utilizados, a organização está deixando claro que não confia em seu pessoal. Já estamos testemunhando um alto índice de aversão de novos funcionários às carreiras em grandes empresas, e é questionável se a proibição do acesso a estes sites irá aumentar sua vontade de ter uma vida corporativa ou manter aqueles que já estão encaminhados – eles eventualmente irão escalar o "Muro de Berlim" eletrônico.
Quarto, empresas que desabilitam o acesso às informações diversificadas e atuais do mundo externo estão em desvantagem competitiva. O isolamento leva à inferioridade, e as culturas que não se adaptam às mudanças estão fadadas à extinção. Nenhum homem é uma ilha, e o mesmo pode ser dito das empresas. Em um mercado moderno, sistemas proprietários tendem a falhar, pois ao se desconectar do fluxo da informação, você se distancia de conexões de mercado e seus efeitos de multiplicação. Há vantagens muito claras em utilizar uma rede crescente e envolvente para fins de negócios.

Ao invés de proibir o uso destas novas ferramentas, as empresas deveriam explorar a melhor maneira de aproveitá-las. Por exemplo, o IMD disponibiliza grupos no Facebook e no LinkedIn aos participantes dos programas de educação executiva para que possam exercer um networking e se comunicarem durante e depois de terminarem o programa.
Isto é visto como um complemento fácil, divertido e eficiente ao e-mail e à interação cara-a-cara. Além do mais, quando um novo integrante é contratado por uma organização, ele traz consigo uma rede externa de contatos, muito útil para compartilhar idéias e melhores práticas. Quando as decisões são tomadas para bloquear os Orkuts e YouTubes da vida (geralmente feita pela alta diretoria), pode ser um aviso de que a empresa está fora de sintonia com a realidade.
Como a área de marketing de uma empresa poderá aproveitar as novas formas de eMarketing se a política oficial da própria empresa é a de proibir tais ferramentas? Como os engenheiros e cientistas podem efetuar uma troca de idéias quando seu acesso ao mundo externo está restringido?
Orkut, YouTube, Google, Facebook, Twitter, LinkedIn existirão ainda por muito tempo – pro melhor ou pro pior. Tornaram-se uma extensão de nossas vidas. Mesmo que algumas pessoas tenham se tornado escravos da constante conexão, não significa que as empresas precisam restringir ou proibir seu uso – embora se espere dos funcionários um manuseio altamente ético de suas “liberdades”, como em todos os aspectos de sua vida no trabalho.
Em momentos de crise, é mais importante do que nunca que as empresas se mantenham conectadas e tenham acesso as informações em tempo real para assim manter a flexibilidade de se adaptar ao ambiente, que está em constante evolução, e para atrair e reter os melhores e mais criativos funcionários. Essencialmente, "Muros de Berlim" eletrônicos podem afastar certos perigos, mas também afastam o conhecimento.

Karsten Jonsen e Willem Smit são pesquisadores do IMD. URL ::
Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/_muros_de_berlim_eletronicos_em_tempos_de_crise/25199/

10.8.09

PLANEJAMENTO TURÍSTICO DE ILHÉUS: uma gestão participativa ou autoritária?

PLANEJAMENTO TURÍSTICO DE ILHÉUS: UMA GESTÃO PARTICIPATIVA OU AUTORITÁRIA?
Sara Teles

Jornal A NOTÍCIA

Embora seja uma cidade de inquestionável vocação turística, Ilhéus sempre esteve aquém do seu desempenho potencial, sem força como destino final, se comparada a municípios próximos como Itacaré e Porto Seguro.
A ausência de um planejamento estratégico público pode-se constatar ao longo do ano, dado a inexistência de uma programação voltada à atração de turistas. Os que aqui chegam vêm em virtude dos atrativos que a cidade por si só esbanja, sobretudo praia e sol, não em função de políticas públicas estrategicamente implantadas para atrair e reter os turistas na cidade. Muitos destes, apenas por aqui passam, seguindo em direção aos destinos retro mencionados.

Em Ilhéus, até sobram ações tático-operacionais para o turismo, mas quando o assunto é um planejamento estratégico que traga resultados reais e duradouros, conforme se vê em cidades como Aracaju, aí a Terra da Gabriela deixa a desejar.

Um planejamento estratégico, por conceito, funciona como um guia que orienta as ações e decisões futuras a serem tomadas por uma organização, uma cidade, um país ou mesmo por uma pessoa na construção do seu futuro. O processo de planejamento turístico, especificamente, deve dialogar com pessoas e organizações, não havendo uma figura central no processo decisório, e sim diversas partes igualmente significantes.

O processo de planejamento estratégico do turismo deve então ter uma abordagem participativa, isto é, envolver o maior número de agentes, pessoas e organizações, no processo e na tomada de decisão. O planejamento participativo permite que todas as partes envolvidas defendam os seus interesses ao mesmo tempo em que se desenvolvem uma visão única sobre o destino, através do compartilhamento de experiências e conhecimento sobre o local. Compartilhar uma visão comum de futuro para o destino é somente uma das vantagens de uma abordagem participativa no planejamento. Este procedimento traz benefícios tanto à comunidade e aos agentes locais quanto à equipe de planejamento e ao destino como um todo.

A participação do indivíduo autônomo no planejamento turístico é de suma importância, pois contribui sobremaneira para que os objetivos sejam alcançados, sendo, também, fundamental, para a eficácia do planejamento, identificar as necessidades da comunidade local. A satisfação da comunidade é a peça-chave para o desenvolvimento turístico de uma cidade.

Será que em Ilhéus as políticas para o turismo permitem que a população tome parte ou têm-se assistido ao desenrolar de um “planejamento” turístico autoritário e, por conseguinte, sem resultados?

4.8.09

O novo modelo da Nike, denominado “Mercurial Vapor IV Cherry



O novo modelo da Nike, denominado “Mercurial Vapor IV Cherry (cereja)”, apresenta inovações tecnológicas para proporcionar o máximo de aceleração, força e apoio para a realização de movimentos rápidos e chutes precisos.

A campanha da chuteira que faz parte da coleção de chuteiras Mercurial (que foi lançada em 1998), apresenta não só em seu vídeo, como no site, marcantes efeitos e conceito da série de filmes do gatinho cor-de-rosa, o gato que é na verdade a representação do valioso diamante.
A explicação da Nike para a cor é a seguinte:
A cor “rosa” - por ser um tom forte - realça essas qualidades. Ela facilita a visão do jogador para o controle da bola e a identificação pelos companheiros na hora do passe em qualquer condição da partida (dia, noite, chuva), proporcionando assim uma melhor performance individual e de todo o time.

1.8.09

O que diferencia líderes autoritários de exigentes?
Veja opinião de especialista


Luana Cristina de Lima Magalhães - InfoMoney



Segundo consultor de RH do Grupo Soma, o líder autoritário é o dono da razão; já o exigente é detalhista.Conviver com um líder que não aceita diálogo e cuja palavra é sempre a única opção válida não é fácil. Agora imagine um líder detalhista e rigoroso nos seus princípios. Com qual desses dois perfis de gestor você trabalha: o autoritário ou o exigente?De acordo com o consultor de RH (Recursos Humanos) e diretor executivo do Grupo Soma, Arlindo Felipe Jr., o líder autoritário é o dono da razão, não aceita que a sua equipe opine. Seu lema é: eu mando e você faz. Já o gestor exigente sabe dialogar com os funcionários e conhece muito bem a área sobre a qual é responsável, bem como o mercado no qual atua, por isso tem senso de qualidade exacerbado.

Líder autoritário

Uma das características marcantes do líder autoritário é que ele desenvolve uma gestão por meio da opressão e do medo. "Geralmente, esse líder mostra o erro de um profissional, mas não revela como consertá-lo".Os impactos para a empresa que conta com a gestão de um líder autoritário, segundo Felipe Jr., são clima organizacional negativo, no qual as pessoas não têm motivação para trabalhar, e altos índices de turnover (rotatividade).Entretanto, o consultor destaca que, em alguns casos, uma liderança autoritária momentânea pode ser válida. "Em uma reunião de fusão, quando o líder quer impor os valores da empresa para os novos funcionários, ele terá uma posição autoritária. Além disso, nos casos em que o líder tem uma equipe sem estrutura, na qual os funcionários não obedecem as regras e são acomodados, a liderença autoritária é válida.

Líder exigente

Já uma particularidade do gestor exigente, segundo Felipe Jr., é o rigor com os seus princípios. Assim, essa pessoa procura sempre dar o exemplo para que a equipe o siga. "Esse gestor é aberto ao diálogo, desde que as pessoas tenham argumentos mais fortes que o dele. Além disso, esse líder está sempre presente na equipe auxiliando e, quando preciso, colocando a mão na massa".O consultor ressalta ainda que esse líder pode trazer benefícios para a equipe, se for bem interpretado. "Se a equipe souber aproveitar a presença desse líder, ela irá crescer profissionalmente, já que esse perfil de gestor ajuda os seus profissionais a desenvolverem seus pontos fracos".

Autoritário x exigente

Confira abaixo uma tabela com as principais atitudes desses dois perfis de liderança:


VOCÊ MORA NO SUBÚRBIO OU NA PERIFERIA?
Sara Teles
Jornal A NOTÍCIA

Existem inúmeros termos para expressar conceitos sobre os espaços de uma cidade, porém quase sempre são usados de forma incorreta. As palavras subúrbio e periferia são exemplos disso. Etimologicamente, ambas significam o espaço que cerca uma cidade, mas a forma como as tomamos conceitualmente, no dia-a-dia, é bastante deturpada.

A palavra subúrbio terminou por ganhar conotação de classe, e um tanto pejorativa. Lugar onde moram as classes menos abastadas, perdendo assim seu caráter geográfico. O termo periferia teve destino semelhante, freqüentemente associado à regiões urbanas de infra-estrutura precária e baixa-renda.

Claro que podem existir regiões periféricas em grandes centros urbanos, ocupadas por empreendimentos imobiliários de alto padrão, que é o que acontece no caso da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, os condomínios da Serra da Cantareira, em São Paulo, Costa Azul, em Salvador, e com os condomínios nas praias do Sul, em Ilhéus, entre tantos outros exemplos que podem ser citados em nossa cidade.

Uma das características dos subúrbios/periferias é a baixa densidade de ocupação dessas áreas que, por essa razão, podem abrigar pequenas propriedades agrícolas, condomínios de luxo, estádios, parques, ou outro tipo de empreendimento que busque mais espaço. Com a industrialização, por exemplo, formaram-se subúrbios industriais e operários. A palavra traduz uma situação intermediária entre cidade e campo e não uma condição sócio-econômica.

Em países como os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, as periferias são as áreas da cidade que concentram a população de mais alta renda, enquanto a população mais pobre vive geralmente em áreas centrais da cidade, freqüentemente em guetos ou cortiços.

Em termos mundiais, o conceito de periferia foi reforçado após as duas grandes guerras e acirrado com a Guerra Fria, destinando o status de centro àqueles países de maior poder econômico e militar, e de periférico aos mais pobres, dependentes, com problemas de infra-estrutura.

Percebe-se, portanto, que tudo não passa de uma perpetuação das desigualdades sociais e econômicas. E aí, será que você mora no subúrbio ou na periferia? Tanto faz. É só um recorte geográfico mesmo, ou pelo menos deveria ser.