6.9.10

Faço comentário à péssima reportagem publicada no Blog do Gusmão (foto acima):

A foto e o texto dessa matéria são de extremo mau gosto. Faltaram pesquisas e a sensibilidade necessária para abordar, jornalisticamente, a questão. A cirurgia para mudança de sexo, em homens ou mulheres, não tem a ver com homossexualidade, mas sim com o transgenitalismo, problema este que pode ser diagnosticado por um médico. Inclusive, o diagnóstico médico é uma das condições para que a cirurgia seja realizada.
O transexual nasce com um desvio que o impede de aceitar o próprio corpo, que levou a OMS a considerar a transexualidade como um tipo de transtorno de identidade de gênero.
Essa é uma questão seríssima, que deve ser abordada com cuidados, pois a rejeição pode levar a mutilações, transtornos psicóticos e suicídios por parte dos transexuais, e são inúmeros os casos. Fala-se até em 36% de suicídios entre transexuais não tratados.
Estudo mais recente, realizado na Holanda, aponta a prevalência de 1 em 11.900 homens e 1 em 30.400 mulheres. Sendo assim, em nossa região deve haver, pelo menos, 50 transexuais. Em países mais sérios e menos preconceituosos como a Austrália, a cirurgia tem sido realizada a partir da pré-adolescência, haja vista que o problema é irreversível e postergar a solução somente tem conduzido às conseqüências precitadas.
Retomando os comentários à sua matéria, e pelo todo exposto acima, o tom jocoso da foto publicada em nada retrata o problema vivido pelos milhares de transexuais pelo mundo, muito pelo contrário, somente acentua a falta de respeito às diferenças.
Emílio Gusmão diz que a culpa é da colaborada que redigiu o texto, uma tal Maria José Moreno, porém, como Editor-chefe e dono do veículo publicador, Gusmão deveria revisar as matérias dos seus colaboradores, pois as opiniões expostas  no Blog são, inevitavelmente, vinculadas à pessoa dele. Todavia, demonstrando total irresponsabilidade com seu papel de comunicólogo, ele diz aos leitores para receber a matéria acima com "humor" (???). Eu não achei graça nenhuma. 

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